Número de brasileiros na extrema pobreza tem redução drástica, diz FAO
O relatório Mapa da Fome 2013 apresentado nesta terça-feira (16) pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) revela que, no Brasil, o percentual de brasileiros em condição de extrema pobreza caiu de 14% para 3% entre 2001 e 2012. No mesmo período, 100 milhões de pessoas “foram salvas da fome” em todo o mundo.
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O Brasil foi citado como referência para a luta contra a fome e a pobreza extrema do mundo em relatório divulgado hoje em Roma, sede da entidade. Entre 2001 e 2012, o Brasil conseguiu reduzir o total de brasileiros que vivem com menos de US$ 1 por dia e também conseguiu fazer com que o número de desnutridos recuasse no país. “A proporção de desnutridos caiu de 10,7% no período 2000-2002 para menos de 5% em 2004-2006”, informa o relatório.
O Brasil, porém, ainda tem mais de 16 milhões de pessoas vivendo na pobreza. Ou seja, 8,4% da população brasileira vive com menos de US$ 2 por dia. De acordo com o documento, a prioridade dada pelo governo Lula ao combate à fome é a responsável pelos avanços. “O Fome Zero foi o primeiro passo que transformou a decisão de acabar com a fome em ação. Ele introduziu uma nova abordagem no país que passou a colocar a segurança alimentar, a nutrição e a inclusão social no centro da agenda do governo”, diz o relatório. A FAO é dirigida pelo brasileiro José Graziano, ex-ministro do governo Lula.
Além do Brasil, a Bolívia também é apontada como um modelo de sucesso. A fórmula que se revelou eficiente para lutar contra a fome foi o envolvimento de amplos setores da sociedade, especialmente a população indígena, até então marginalizada. A agricultura familiar associada aos programas de proteção social e de distribuição de renda, pilares da política boliviana de combate a fome, reduziram em 17% a pobreza extrema na Bolívia.
Fome recua no mundo, mas desafios persistem
Outra boa notícia que consta do relatório da FAO é que, em dez anos, 100 milhões de pessoas foram salvas da fome. Atualmente, porém, 805 milhões de pessoas ainda sofrem de fome no mundo, uma situação que é agravada pelas disparidades nas políticas de segurança alimentar.
O sudeste da Ásia e a África continuam sendo as duas regiões do mundo com o maior contingente de famintos.
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