IDH do Brasil melhora e país ocupa 73ª posição no ranking
O Índice de Desenvolvimento Humano leva em conta, entre outras fatores, a expectativa de vida, a renda anual, a qualidade do ensino e outras váriaveis. O relatório conclui que o Brasil cresceu, mas ainda deixa a desejar no setor da educação
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Cleide Klock, correspondente da RFI em Nova York
A ONU divulgou nesta quinta-feira, na sede em Nova York, o novo Relatório de Desenvolvimento Humano. A publicação, que celebra os 20 anos do estudo e da criação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), este ano traz inovações na forma de avaliação dos países. De acordo com o PNUD, Programa para as Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Brasil registrou crescimento no último ano, mas no setor da educação, a qualidade do ensino, os índices de repetência e de evasão escolar ainda necessitam de melhorias.
O Brasil ocupa a 73ª posição de um ranking que avaliou o desenvolvimento humano em 169 países. O IDH brasileiro é de 0.699 – de uma escala que vai de 0 a 1, e é considerado elevado. No topo da lista – com os melhores índices – estão Noruega, em primeiro, Austrália e Nova Zelândia. Já os últimos 10 países, com menor qualidade de vida são africanos. O Zimbábue ficou em último lugar e em penúltimo, a República Democrática do Congo.
O relatório deste ano traz 13 países a menos do que a publicação do ano passado. Segundo os pesquisadores, a nova metodologia – que pede mais dados, teve que excluir países que por algum motivo não têm como levantar informações. Flávio Comim, economista do Programa para as Nações Unidas para o Desenvolvimento, o PNUD, também explicou que não é possível comparar as posições ocupadas pelos países no relatório deste ano, com as que foram divulgadas em publicações passadas – já que agora as avaliações são feitas de uma maneira diferente.
É preciso recalcular cada índice diante das novas regras e fazendo essas contas foi possível descobrir que o Brasil ganhou 4 posições em um ano, um dos maiores crescimentos registrados. "Uma das características do Brasil, é que o crescimento tem sido harmônico. O Brasil não tem crescido só na renda, na saúde ou na educação. Você tem tido um aumento que é progressivo em torno das três dimensões. No caso da China, por exemplo, o crescimento é praticamente econômico.”
Flávio Comim, economista do Programa para as Nações Unidas para o Desenvolvimento, o PNUD
Os principais números do Brasil mostram que a expectativa de vida é de 72.9 anos, a renda anual – de 10.607 dólares, anos médios de escolaridade: 7.2 anos e expectativa de anos de estudo 13.8 – apenas este último índice, não teve crescimento. "O grande desafio é o da qualidade da educação. Não somente a qualidade, mas a qualidade do sistema educacional. O que temos aqui é a expectativa de vida escolar como grande desafio: aumentar essa expectativa diminuindo repetência, índice de evasão, abandono na escola, e com isso, aos poucos, vir aumentando os anos médios de estudo", conclui.
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