Lula se recusa em Washington a avaliar os cem dias de governo de Dilma
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou sua turnê internacional como palestrante. Na primeira parada, em Washington, ele virou atração no Fórum de Líderes do Setor Público da América Latina e Caribe, realizado nesta quarta-feira, e evitou fazer comentários sobre a atuação da presidente Dilma Rousseff.
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Lula foi convidado a participar do evento pela Microsoft e fez um discurso enfatizando sobretudo as conquistas do seu governo nas áreas de educação, ciência e tecnologia. Em seguida, durante uma conversa com jornalistas, o ex-presidente evitou se manifestar sobre os cem dias da presidente Dilma Rousseff no poder e se limitou a dizer que ela não deve se preocupar com esta marca.
“Em cem dias, a gente está aprendendo os corredores, as cadeiras, a abrir gaveta. A Dilma tem o compromisso com o povo brasileiro de um mandato de quatro anos. Ela será julgada em 2014 pelo que ela fez”, disse Lula.
Ele também evitou falar sobre os passaportes diplomáticos concedidos a seus familiares: “isso é com o Itamaraty”, respondeu.
Sobre o relatório final do caso Mensalão, Lula ironizou dizendo que somente seria possível o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal em 2050.
O ex-presidente também foi questionado sobre a Líbia e disse que discorda da política e da ideologia do líder líbio, Muammar Kadafi, mas afirmou que aceitaria contribuir como um mediador na crise do país norte-africano.
Lula dará palestras no México, na Inglaterra e na Venezuela
Apesar de não estar mais na presidência, Lula foi recebido em Washington como uma personalidade ainda importante e respeitada. No entanto, os assessores do ex-presidente fizeram questão de deixar claro que a figura importante hoje é a presidente Dilma e que Lula está procurando um novo papel.
Nos próximos dias, o ex-presidente também vai dar palestras remuneradas em Acapulco, no México, em Londres, na Inglaterra, e em Caracas, na Venezuela.
A nova carreira de palestrante é administrada pela empresa que o próprio ex-presidente criou no mês passado. De acordo com seus assessores, Lula pretende usar sua popularidade no exterior para promover o Brasil.
Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington
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