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#coronavírus

Brasil: Câmara dos Deputados aprova uso obrigatório de máscara

A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, esta terça-feira, o uso obrigatório  de máscara em todo o país, em espaços "públicos e privados acessíveis à população", enquanto durar a pandemia da covid-19. O Brasil contabilizou, pela primeira vez, mais de mil mortos em 24 horas. No total, o Brasil tem quase 18 mil mortes e mais de 271 mil pessoas diagnosticadas com covid-19.

Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. 19 de Maio de 2020.
Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. 19 de Maio de 2020. AFP - CARL DE SOUZA
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No Brasil, as máscaras artesanais ou industriais vão passar a ser obrigatórias para circulação em vias e transportes públicos. A Câmara dos Deputados aprovou, esta terça-feira, o uso obrigatório  de máscara em todo o país, em espaços "públicos e privados acessíveis à população", enquanto durar a pandemia da covid-19. O projecto seguirá agora para a apreciação do Senado.

De acordo com o texto, os órgãos públicos e as empresas autorizadas a funcionar durante a pandemia deverão fornecer máscaras aos seus funcionários, caso se trate de atendimento ao público. Os estados também deverão fornecer máscaras para todos os trabalhadores dos estabelecimentos prisionais. A Administração Pública poderá também fornecer máscaras de protecção às populações economicamente vulneráveis.

Os deputados decidiram que compete a cada estado ou município fazer a definição do valor de uma multa em caso de incumprimento da regra. O texto exige, também, a realização de campanhas publicitárias sobre a necessidade do uso das máscaras.

Pela primeira vez, o Brasil contabilizou mais de mil mortos em 24 horas, num total de 1.179 óbitos e 17.408 infectados. Este é o maior número diário desde o início da pandemia no país. No total, o país registou 17.971 óbitos e 271.628 pessoas diagnosticadas com covid-19. 

 

Entidades médicas brasileiras desaconselham cloroquina

Entretanto, três das principais entidades médicas do Brasil desencorajaram o uso de cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19, apesar de o Presidente Jair Bolsonaro ter ordenado o aumento da produção deste medicamento. As entidades a desaconselharem o medicamento foram a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a Sociedade Brasileira de Infectologia e a Sociedade Brasileira de Pneumologia.

De acordo com um relatório elaborado por 27 especialistas destas entidades, as evidências sobre a eficácia da cloroquina e dos seus derivados no tratamento da covid-19 “não sugerem um benefício clinicamente significativo” e o medicamento tem efeitos colaterais graves, como arritmia cardíaca.

A cloroquina é um medicamento usado para tratar doenças como artrite, lúpus e malária. Jair Bolsonaro quer que a cloroquina seja administrada a todos os infectados pelo novo coronavírus no país, independentemente da gravidade do seu estado clínico e ordenou ao Laboratório do Exército que aumente a produção desse fármaco para poder distribuí-lo no Brasil.

De notar que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, na terça-feira, que está a tomar cloroquina há dez dias, ainda que garanta ter testado negativo à covid-19. Por outro lado, Trump afirmou, esta quarta-feira, que considera proibir voos provenientes do Brasil porque "não quer pessoas" a deslocar-se para os Estados Unidos para "infectar" o seu povo: "Estamos a considerar isso [proibir voos do Brasil]. (...) Não quero pessoas a virem para cá e a infectarem o nosso povo. Também não quero que as pessoas fiquem doentes por lá. Estamos a ajudar o Brasil com ventiladores, estamos a enviar ventiladores para lá. O Brasil está a ter problemas, não há dúvida sobre isso."

A 15 de Maio, Nelson Teich apresentou a demissão ao cargo de ministro da Saúde, menos de um mês após Luiz Henrique Mandetta ter sido exonerado do mesmo posto ministerial. Ambos tinham  divergências com Bolsonaro em relação às estratégias de combate à covid-19, nomeadamente na administração de cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com covid-19.

Jair Bolsonaro chegou a classificar a covid-19 como "gripezinha" e critica as medidas de isolamento social adoptadas pelos governos regionais. O Presidente do Brasil está mais preocupado com a paralisação económica do país, considerando que a covid-19 "infectará 70% da população mais cedo ou mais tarde" e "matará muitas pessoas", independentemente das medidas de confinamento.

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