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#Atentado

Procuradoria belga confirma morte do suspeito do ataque em Bruxelas

O homem suspeito de matar dois cidadãos suecos num atentado em Bruxelas, esta segunda-feira à noite, morreu esta terça-feira na sequência da operação policial para o deter. A informação foi confirmada pelo Ministério Público belga, depois de ter sido avançada pela imprensa local.

Agente da polícia belga no local onde foram assassinados dois cidadãos suecos em Bruxelas, na Bélgica. 16 de Outubro de 2023.
Agente da polícia belga no local onde foram assassinados dois cidadãos suecos em Bruxelas, na Bélgica. 16 de Outubro de 2023. AFP - KENZO TRIBOUILLARD
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O suspeito, atingido por balas da polícia durante a operação de detenção esta terça-feira, morreu no hospital, onde estava nos cuidados intensivos, de acordo com a radiotelevisão RTBF e o jornal Het Laatste Nieuws. A morte do suspeito foi confirmada pela Procuradoria belga à agência France Presse.

A detenção teve lugar na comuna de Schaerbeek, em Bruxelas. A ministra do Interior, Annelies Verlinden, confirmou que a polícia belga "neutralizou" uma pessoa, que foi baleada no peito. Annelies Verlinden declarou ao canal de televisão VRT que foi encontrada uma arma automática junto da pessoa “neutralizada” e que essa arma corresponde à que foi usada no ataque de ontem à noite. O suspeito foi identificado como alguém radicalizado, de 45 anos, tunisino e cujo pedido de asilo na Bélgica foi rejeitado.

Na manhã desta terça-feira, em conferência de imprensa, o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, disse que "este ataque terrorista abala os alicerces das nossas sociedades pacíficas" e enviou, em nome da Bélgica, as "mais sinceras condolências ao povo da Suécia".

Esta segunda-feira à noite, duas pessoas suecas morreram baleadas e uma outra ficou ferida, no dia em que as selecções nacionais de futebol da Bélgica e a da Suécia se encontravam em Bruxelas. O primeiro-ministro disse, ainda, que o suspeito visou voluntariamente os adeptos suecos. Também o procurador federal, Frédéric Van Leeuw, indicou que o suspeito seguiu os cidadãos suecos que entraram num táxi, antes do jogo, e “abriu fogo sobre essas pessoas quando saíram do táxi, perseguindo-as até dentro de um edifício”. O autoproclamado Estado Islâmico ameaçou, este ano, a Suécia depois de exemplares do Corão terem sido queimados durante manifestações em Estocolmo.

Pouco depois, nas redes sociais, era publicado um vídeo em que o atacante se diz chamar Abdesalem Al Guilan e diz ter perpetrado o ataque em nome do autoproclamado Estado Islâmico. 

O nível de alerta terrorista foi elevado ao máximo na capital belga.

A RFI falou com Jeanne Dubé, belga residente em Bruxelas, que não se apercebeu do que estava a acontecer até receber mensagens de familiares a quererem saber em que estado se econtrava.

À RFI, ela relatou como viveu estes acontecimentos e também lembrou que este episódio pode reacender o ódio entre belgas e até mesmo o racismo, visto que o atirador era tunisino e estava em situação ilegal na Bélgica.

«Estava em casa e não dei por quase nada, até ter várias mensagens de próximos a perguntarem se eu estava bem. Percebi que estava a passar-se alguma coisa. Fui rapidamente ver as notícias. Apercebi-me então que houve um tiroteio, mesmo ao lado da minha casa, a 100 metros. Eu estava em casa, um bocado um sentimento de perigo, de insegurança. Foram mortos dois suecos e pronto havia a questão do estádio de futebol. Não se percebe bem o que se passa. Eu estou numa rua super central em Bruxelas, entre o centro da cidade e o bairro de Molenbeek. Um bairro mais muçulmano e já houve muitas vezes o ‘cliché’ de islamitas e pronto mais uma vez é aqui, mais uma vez um atentado. Vi que estavam a controlar o estádio, não se podia sair do estádio. Estávamos em alerta 4 de segurança. Já não se podia sair de casa. Vi pela janela que todos os comércios estavam a fechar. Houve um sentimento de insegurança, de paranoia. Voltamos aquele tempo dos atentados em Paris e também no Aaeroporto em Bruxelas. Hoje de manhã, vi que já tinham encontrado o autor do tiroteio. Agora vai dividir mais os valores das pessoas, as religiões, e ir até ao racismo», concluiu a residente em Bruxelas.

 

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Jeanne Dubé, residente em Bruxelas 17-10-2023

Polícia em Schaerbeek, localidade onde o autor do atentado foi detido.
Polícia em Schaerbeek, localidade onde o autor do atentado foi detido. © AP - Martin Meissner

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