Acesso ao principal conteúdo
Guiné-Bissau

Afluem as reacções à designação do PR guineense para a chefia da CEDEAO

A Guiné-Bissau assumiu na noite passada em Accra, no Gana, a presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África ocidental, bloco regional de cooperação criado em 1975 e de que é um dos membros fundadores. Esta é a primeira vez que a CEDEAO é presidida por um país lusófono.

Umaro Sissoco Embaló, Chefe de Estado da Guiné-Bissau e presidente em exercício da CEDEAO.
Umaro Sissoco Embaló, Chefe de Estado da Guiné-Bissau e presidente em exercício da CEDEAO. © AFPTV
Publicidade

A escolha da Guiné-Bissau para presidir a Conferência dos Chefes de Estado e Governo da CEDEAO é fruto de um trabalho diplomático do Chefe de Estado que desde o início do seu mandato lutou pela construção de relação bilateral e multilateral, afirma Abdou Djedju, professor universitário e antigo Embaixador da Gâmbia para a Guiné-Bissau, Cabo Verde e Guiné Conacri. "O Presidente da República deu uma atenção particular à construção da relação bilateral na sub-região, mesmo a nível continental e internacional. Podemos dizer que isso é o fruto deste trabalho", considera o antigo diplomata.

Perante a situação sociopolítica interna e o contexto sub-regional, Abdou Djedju, professor de Ciências Políticas e Relações Internacionais nas Universidades Colinas de Boé e Jean Piaget, alerta para os desafios de estabilidade na Guiné-Bissau e de retorno à democracia em países de transição na sub-região, como forma de garantir investimentos. "Subir para a presidência da CEDEAO no contexto particular em que nós estamos, há desafios internos e desafios externos. Entendo isto porque nós conhecemos a situação interna de estabilidade precária", refere nomeadamente o universitário.

Banor da Fonseca, Professor do Direito na Universidade Lusófona da Guiné defende que, para o sucesso da presidência guineense na CEDEAO, é preciso uma equipa técnica capaz de ajudar o Presidente, apesar de a Organização dispor das suas estruturas."Nós devemos saber que a CEDEAO, como a União Africana e outras organizações, tem uma estrutura muito bem composta. É verdade que o Presidente da República vai ter um papel determinante mas está sendo assessorado por uma equipa técnica forte", sublinha o professor.

No conjunto das reacções que têm surgido perante a designação de Umaro Sissoco Embalo para a presidência da CEDEAO, destacam-se as palavras do primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam para quem isto é o resultado da “aposta na dinamização da diplomacia”.

Por sua vez, ao felicitar o Presidente guineense através de um comunicado, o PAIGC desejou-lhe "os melhores votos de sucessos no seu desempenho deste alto cargo, em nome do Estado e do povo guineense” e encorajou-o a “não poupar esforços para que o mandato da Guiné-Bissau à frente da CEDEAO seja traduzido em resultados visíveis, concretizando os desígnios desta organização sub-regional em matéria de segurança, paz, estabilidade, democracia e desenvolvimento, bem como no respeito e observância dos valores e fundamentos do Estado de direito democrático nos Estados-membros”.

Iguais votos de sucesso foram formulados por Braima Camará, coordenador nacional do Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (Madem-G15), que numa mensagem na rede Facebook considerou que “a Guiné-Bissau conquista assim mais um mérito na sua caminhada, como primeiro país lusófono a ascender a tal cargo".

A nível externo, o chefe do governo de Cabo Verde, país que em 1975 fez parte juntamente com a Guiné-Bissau dos membros fundadores da organização, também felicitou o Presidente guineense por assumir a liderança do bloco regional e reconheceu o que qualificou de “conquista” para o país. No mesmo sentido, ao "desejar os maiores sucessos" e "felicitar a Guiné-Bissau pela conquista da presidência em exercício da CEDEAO", a delegação da União Europeia em Bissau considerou que "a Guiné-Bissau consegue assim um feito inédito, graças à indiscutível magistratura de influência do Presidente da República”.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.