Oposição angolana formula protestos na justiça para contrapor vitória do MPLA
A oposição angolana reclama, em bloco, os resultados eleitorais que reconduzem, com 51,17 % votos, o candidato do Movimento Popular de Libertação de Angola, o MPLA, para mais um mandato de cinco anos. A UNITA, a CASA-CE e o PRS “direccionam” a contestação dos resultados de 24 de Agosto para o Tribunal Constitucional nas vestes de Tribunal Eleitoral.
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Os partidos políticos da oposição garantem recorrer à justiça angolana para contestar as eleições ganhas pelos “camaradas”, de acordo com o anúncio, na segunda-feira, da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
Com 1,14% dos votos, Benedito Daniel, líder do PRS, não acredita nos resultados eleitorais da província da Lunda Sul, leste de Angola, atribuídos aos renovadores sociais, daí os “votos de protestos” para o Tribunal Constitucional.
“Iremos recorrer ao Tribunal Constitucional, por forma a que possamos conferir as actas e os resultados que nos foram atribuídos “, advertiu o presidente do Partido de Renovação Social (PRS).
A CASA-CE, uma formação que não conseguiu reeleger nenhum parlamentar, vai, igualmente, ao tribunal reclamar a perda de dezasseis deputados, segundo Cesinanda Xavier, vice-presidente da formação política de Manuel Fernandes.
“Solicitamos à CNE, para que afixe as actas. Caso não tenhamos respaldo junto da CNE, nós iremos recorrer àquelas instituições competentes ainda que tenhamos que entrar no contencioso junto do Tribunal Constitucional”
Entretanto, a UNITA, segundo partido mais votado com 43,95% votos, também, dúvida da vitória do MPLA. Álvaro Chikuamanga, secretário-geral do “Galo Negro”, promete usar todos os meios à disposição, para que verdade eleitoral e a vontade do povo expressa nas urnas prevaleçam.
“A UNITA reitera que não reconhece os resultados indicados pela CNE, enquanto não forem decididas as reclamações já em sua posse. Neste contexto aproveita informar a opinião nacional e internacional que dentro dos prazos legais fará entrada de uma reclamação que terá os efeitos suspensivos da Declaração dos resultados definitivos apresentado pela Comissão Nacional Eleitoral”, disse o político, em declaração de protesto enviada à comunicação social.
A UNITA lamentou, ainda, por não ter sido notificada da decisão da Comissão Nacional Eleitoral e que tomou conhecimento dos resultados definitivos das eleições gerais, através da comunicação social.
Ouça aqui a correspondência de Francisco Paulo, correspondente em Luanda.
Correspondência de Francisco Paulo, 30/08/2022
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