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Angola

Angola: UNITA não descarta recorrer para a justiça internacional

Em Angola a UNITA, maior força da oposição, contesta os resultados definitivos da Comissão eleitoral nacional. O seu recurso apresentado pelo Tribunal Constuticional veio, entretanto, a ser indeferido. Porém o partido do galo negro não descarta recorrer para instâncias internacionais dizendo haver uma discrepância de mais de 500 000  votos entre os dados anunciados pela CNE e os que tem em sua posse. Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, apela à verificação das actas síntese da CNE. 

Adalberto Costa Júnior, candidato da Unita às eleições gerais de 24 de Agosto de 2022.
Adalberto Costa Júnior, candidato da Unita às eleições gerais de 24 de Agosto de 2022. © https://www.facebook.com/AdalbertoCosta.J
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O pronunciamento da UNITA ocorreu no mesmo dia em que o Tribunal Constitucional indeferiu o seu recurso contestando os resultados definitivos das eleições de 24 de Agosto.

Resultados atribuindo uma maioria absoluta ao MPLA, partido no poder desde a independência em 1975, e que teria arrecadado 51,17% dos votos, contra 43, 95% para a UNITA.

A UNITA denuncia o facto de, supostamente, lhe terem sido subtraídos 347 436 votos enquanto teriam sido acrescentados indevidamente 185 825 votos ao MPLA.

Segundo os dados revelados pela UNITA o partido poderia ter alcançado o equivalente a 49,5% dos votos, contra 48,2 para o MPLA.

O partido do galo negro apela, desta feita, a que se possa inspeccionar as actas síntese da Comissão eleitoral nacional.

Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, apelou à serenidade, embora lembrando que o partido não exclui vir a recorrer para a justiça internacional.

Ouça aqui um condensado da sua intervenção, num registo da agência Lusa.

01:08

Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, registo da agência Lusa

"347 436 votos subtraídos à UNITA em 15 círculos provinciais; 185 825 votos acrescidos ao MPLA em 16 círculos provinciais. A soma de votos subtraídos à Unita e os acrescidos ao MPLA é de 533 261 votos, número capaz de produzir alterações na estrutura dos resultados definitivos divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral.

A UNITA propõe o apuramento nacional, com base na lei, a inspecção judicial a todas as actas em posse da Comissão Nacional Eleitoral e as actas todas em posse dos partidos políticos no sentido de confirmar a sua autenticidade.

Uma vez esgotado o direito angolano reserva-se o direito de recorrer aos tribunais internacionais. A providência cautelar remetida ao Tribunal Constitucional de acordo com a lei suspende os resultados declarados pela Comissão Nacional Eleitoral.

Até que o contencioso seja superado pelo que reafirmamos a necessidade de mantermos todos a serenidade."

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