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Eleições Gerais Angola 2022

Contestação e detenções marcam período pós-eleitoral em Angola

Os resultados eleitorais em Angola continuam a provocar contestações e detidos, que reivindicam, um pouco por todo o país, a falta de transparência do processo que deu vitória ao MPLA.

Angolanos observam os resultados eleitorais afixadas junto às assembleias de voto onde decorreram as votações para as eleições gerais de Angola 2022, no município de Viana, Luanda, Angola, 25 de Agosto de 2022.
Angolanos observam os resultados eleitorais afixadas junto às assembleias de voto onde decorreram as votações para as eleições gerais de Angola 2022, no município de Viana, Luanda, Angola, 25 de Agosto de 2022. LUSA - PAULO NOVAIS
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Organizações cívicas falam em eleições não transparentes e apelam a que a CNE reconsidere os protestos dos partidos. Vários jovens foram detidos em Luanda por reclamarem, na rua, a falta de transparência do processo eleitoral, que reconduziu João Lourenço a Presidente de Angola.

Timóteo Miranda confirma a detenção, em casa, da activista Violeta Catumbela, que se encontra encarcerada no Comando Provincial da Policia de Luanda, assim como de dois activista que foram levados a julgamento sumário, com a pretensão de realizarem uma manifestação contra os resultados eleitorais.

O jovem activista denuncia, ainda, a prisão de vários activitas nas províncias de Benguela, Malange e Cabinda, por razões já conhecidas.

A informação que nos chegou é que foram lá agentes da polícia nacional, por volta das 17:00 a casa, e a levaram sem nenhum mandado de busca. Neste caso [Violeta Catumbela] está lá no comando provincial à espera de informações. Neste momento estão em julgamento sumário o Cândido Libertador e o Caleque Mandamba que queriam realizar uma vigília. Em Benguela, Malange também há outros detidos”, denunciou o activista Timóteo Miranda. 

Face ao clima que se vive no país, vinte organizações cívicas instam a Comissão Nacional Eleitoral a reconsiderar a solicitação dos partidos políticos e do Movimento Cívico MUDEI para a comparação das actas que comprovam a vitória do partido no poder em Angola.

Dito Dali, um dos subscritores do memorando, considera que as eleições não foram mesmo transparentes, mas diz que as organizações recomendam à UNITA a publicar, no prazo de 24 horas, os resultados eleitorais definitivos da contagem paralela que diz existir.

As organizações subscritoras deste memorando entendem que as eleições não foram justas, livres e nem transparentes, então, daí o nosso apelo a que estas eleições devem ser anuladas ou atribuir a vitória a quem merece”, revelou o também líder da organização Lawlenu.

Para os movimentos cívicos, se a CNE não conseguir provar os resultados que dão vitória ao MPLA, esta deve ser declarada ilegítima, ficando a UNITA impedida de tomar posse num Parlamento resultante de eleições fraudulentas.

É bom que a CNE atenda as reclamações dos partidos concorrentes e da sociedade civil. Nós apresentámos o memorando também para deixar um aviso à própria UNITA que deve publicar os resultados definitivos que tem nos intervalo de 24 horas”, avisou Dito Dali. 

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