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#Atentados de 13 de Novembro de 2015

Contagem decrescente no julgamento dos atentados de 13 de Novembro

Em Paris, esta quarta-feira, começam as alegações finais da acusação no julgamento dos atentados de 13 de Novembro de 2015. As alegações dos advogados das partes civis terminaram esta terça-feira, 7 de Junho, e prevê-se que as alegações dos advogados de defesa sejam a partir de 13 de Junho. A sentença poderá ser conhecida a 29 de Junho.

Imagem realizada no primeiro dia do julgamento, 8 de Setembro de 2021.
Imagem realizada no primeiro dia do julgamento, 8 de Setembro de 2021. AFP - BENOIT PEYRUCQ
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Mais de seis anos depois dos atentados na região de Paris que fizeram 130 mortos e centenas de feridos e após nove meses de audiências, arrancam hoje as alegações da Procuradoria Nacional Antiterrorista, previstas para durar três dias. Até esta terça-feira, foi a vez das alegações dos advogados das mais de 2.500 partes civis. O julgamento entra, assim, na recta final e é esperado que o colectivo de juízes faça conhecer a sentença a 29 de Junho.

Desta quarta até sexta-feira, os representantes da Procuradoria Nacional Antiterrorista vão apresentar as responsabilidades que atribuem a cada um dos 20 arguidos, seis dos quais são julgados à revelia, nomeadamente cinco que se pensa terem morrido na Síria. Na sexta-feira, a acusação deverá apresentar as penas requeridas contra cada um.

Doze dos arguidos incorrem numa pena de prisão perpétua, nomeadamente Salah Abdeslam, o único elemento vivo dos comandos que perpetraram os ataques no Stade de France, nas esplanadas de cafés e na sala de concertos Bataclan.

O francês de 32 anos, que tinha ficado em silêncio durante a fase de investigação, acabou por prestar declarações durante o julgamento, sem convencer os procuradores antiterroristas. Na abertura do julgamento, a 8 de Setembro, Salah Abdeslam apresentou-se como “um combatente do Estado Islâmico” e, meses mais tarde, explicou que foi “por humanidade” e não “por cobardia” que desistiu de activar o seu colete de explosivos num bar do 18° bairro de Paris. Abdeslam também pediu perdão aos sobreviventes e familiares das vítimas e pediu-lhes para o detestarem “com moderação”.

Ora, os procuradores argumentam que o colete de explosivos estaria defeituoso e confrontaram Abdeslam face às suas contradições. Para a acusação, é "incongruente" e "estranho" que o principal arguido apenas tenha sido recrutado pela célula jihadista alguns dias antes dos ataques, como ele declarou, e que ele não possa identificar o bar que deveria atacar – que, de resto, não aparece no computador descoberto que continha todos os outros alvos de 13 de Novembro. Por outro lado, a acusação aponta que é difícil acreditar que Salah Abdeslam operasse sozinho quando os comandos do Stade de France, das esplanadas e do Bataclan eram todos compostos por três homens. Tanto mais que, contrariamente aos outros, ele nunca teria sido treinado na Síria.

A acusação também se vai pronunciar, por exemplo, sobre Mohamed Abrini, conhecido como “o homem do chapéu” dos atentados de Bruxelas e que também estaria “previsto” para participar no 13 de Novembro e os “bons amigos” que ajudaram Salah Abdeslam na sua fuga.

Alguns esperam que os seus depoimentos ao longo do julgamento possam alterar as acusações. É o caso de Farid Kharkhach, que fabricou documentos falsos destinados à célula jihadista, e Yassine Atar que diz estar apenas ligado ao dossier por ser irmão de Oussama Atar, considerado como o organizador dos ataques.

Dos 20 arguidos, 12 incorrem numa pena de prisão perpétua: Salah Abdeslam, Mohamed Abrini, Mohamed Bakkali, Osama Krayem, Sofien Ayari, Yassine Atar, presentes no julgamento, e Oussama Atar, Obeida Aref Dibo, Fabien Clain, Jean-Michel Clain, Ahmad Alkhald (ou Omar Darif) – que se considera terem morrido na Sïria – e Ahmed Dahmani, preso na Turquia.

Quanto aos outros arguidos presentes no julgamento, sete incorrem numa pena de 20 anos (Abdellah Chouaa, Ali El Haddad Asufi, Adel Haddadi, Muhammad Usman, Farid Kharkhach, Ali Oulkadi, Mohammed Amri) e um numa pena de seis anos (Hamza Attou).

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